quarta-feira, 7 de julho de 2010

Brinquedos de Infância

Ceres anda um tanto perturbada. Imagino que ela é um tanto influenciável por demais, e olha que não é só eu que penso, sua amiga, Brígida também pensa como eu. Preciso confessar que ela, por vezes me cansa com suas lengas lengas...


Anda atordoada por simplesmente guardar brinquedos velhos. E como se não bastasse agora fica velando também os brinquedos de Tales, seu filho.


Olha os brinquedos diversas vezes ao dia na esperança idiota de sentir o que eles sentem, ou pretendem... imagino que Ceres pensa que os brinquedos estejam planejando um a fuga espetacular do lugar onde estão.


Sabe, se eu fosse eles, era o que tentaria. Imagino que o sentido de um brinquedo é brincar, e isso nossa colega não tem mais tempo, alias, faz tempo. Ceres já pensa que o sentido do brinquedo é estar junto ao dono por toda vida. Pobres coitados, que vivem bajulados, na escuridão de uma estante, jogados num quarto vazio... Até que colorido, mas sem energia.


Bom, espero que Ceres não me veja falar deles assim. No fundo sei que ela os ama e cultiva neles a alegria da infância de uma menina, que ainda hoje, pensa ser a moleca de décadas atrás...



Márcia Alcântara
Inverno de 2010

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