quarta-feira, 24 de junho de 2009

Una carta en español...

Ceres esta estudando uma outra língua, espanhol. Sábado foi dia de prova e ela recebeu muitos elogios. Seu professor disse a ela que é uma “quase espanhola” tem um perfil e um sotaque muito parecidos com as espanholas. A aula foi muito produtiva e serviu para aumentar um pouco o animo de Ceres que anda um pouco triste. O motivo? Não sei. Talvez nem a própria Ceres saiba. O fato é que sábado terá uma nova prova e agora escrita.

Assim que chegou da aula foi levar o seu primogênito, Tales ao circo. Foi um passeio divertido. Mas Ceres não anda se animando com coisa alguma. E como perdeu o sono mais uma vez resolveu escrever. Encontrou na escrita uma forma de sair do mundo real. Ceres tem dessas e agora piorou por que encontrou outra coisa que não seja apenas “soñar ou devanear”. Resolveu tentar escrever agora em espanhol, ela acredita que esta língua é poética e muito romântica. Olha só o que ela escreveu:

Buenas noches reluciente Luna...
Ahora estoy mucho alicaída. Tal vez esto lo hizo el destino. Estoy enfadada. Después de más de una semana de batalha, sentí qué la batalha final está pérdida. Quero olvidar este período de mi vida.
Luna, me ilumine, ilumine mi camino. Sinto que estoy colgando. Que mi corazón está colgando también. Estoy haciendo muchas cosas… y como casi siempre la felicidad es un maquillaje. Estoy ahora haciendo una lista de cosas a olvidar. Una lista de obsesiones de cosas a olvidar. Mi ayuda a olvidar. Sólo pido a ti: Llena mi camino de con amores, con alegrías y cariño.

Esta foi a carta escrita por Ceres para a Lua, que no Céu sorria discretamente. Pouco depois Ceres dormiu. Algo me faz pensar que Ceres vai ser nova, pois um novo período esta chegando. Eu senti que a carta estava pela metade. Mais parecia um bilhetinho. Mas tinha uma energia forte, energia de mudança, uma energia violeta.

Hoje Ceres se levantou bem cedinho, o céu estava cor de rosa e o vento assobiava lá fora, estava muito frio, bem típico de coisa de inverno. Esta é a estação preferida de Ceres. Então quando pude perceber, Ceres estava de caneta em punho e escrevendo, ainda treinando seu espanhol no mesmo “pedacito” de papel:

Buenos Días Luna, descubrí es tiempo de cambiar. Descubrí, las cosas cambian. El mundo gira todo el tiempo. La noche muere y llega el día. Y ahora quiero cambiar, quiero vivir mí vida, quiero soñar y imaginar cosas bellas. Creyó que estoy ahora cambiando. Estoy muy buen. No voy más dar atención para la angustia e la melancolía.
Gracias a ti, madre Luna, estoy bien. Tú me escuchaste e hoy estoy aquí, afortunado. Tu me iluminaste y hoy estoy aquí bella. Voy arrepentirse solo do que no hice. Descubrí la sonrisa, la fragancia. Y ahora no perderé más la esperanza de nada.
Muchas gracias madre Luna.

Cierro esta con muchos besos a ti. Quiero estar siempre contigo, hablar contigo e no me importa que dice el destino. Estoy siempre aquí, contigo, mi madre Luna.

Ceres en mañana de Luna creciente.

Assim Ceres terminou a carta, ela pensa que ainda há muitos erros de espanhol a corrigir até sábado. Mas eu, penso que Ceres precisa corrigir alguns erros internos e pessoais. Ficar sozinha é a melhor coisa para ela. Pensar no que erra e no que acerta. Se arrepender apenas do que não faz. Ceres precisa ser mais autentica, e deixar de lado toda a sua “inautencidade”. Fazer o que der na telha pode ser uma ótima terapia.

Marcinha Luna
Inverno de 2009

quinta-feira, 18 de junho de 2009

De uma conversa com Ceres e Heráclito...

A noite foi fria. Sem Lua ou estrelas. Apenas uma névoa esbranquiçada cobria a montanha em que vive Ceres, Heráclito e o primogênito Tales.
Ceres teve uma conversa com Heráclito, o que a fez não pregar o olho durante toda a noite. Pensativa ficou até as três horas e quarenta minutos, onde talvez seus olhos tenham se fechado. Mas não chorou.
O que mais chama atenção foi o desenrolar da conversa. Não me lembro do porque esta se iniciou. Mas Heráclito fez um alerta á Ceres, disse que Ceres deve ser mais “reservada”. Heráclito acha que o modo de agir de Ceres prejudica a ela própria. Ceres não sabe se Heráclito esta certo, ou se na verdade Heráclito sente ciúmes de Ceres e quer que ela fique mais quieta, não chamando assim atenção, ficando no anonimato e não tendo que dividir ela com nada (estudos, e feituras de tudo) e nem com ninguém (amigos, colegas). Heráclito também disse que Ceres faz tempestade em copo de água. Tudo isso foi dito numa boa enquanto Heráclito montava “lego” com Tales.
Ceres ficou pensativa e por isso deixou de dormir. Será que realmente faço tempestades em copo de água, ou será que Heráclito tem medo das tempestades? Será que eu realmente faço “burburinhos” por coisas que nada valem? Ceres ficou a pensar sobre estas questões.
De fato como que por intuição, Ceres pode compreender que Heráclito pode estar certo. A surpresa veio logo pela manhã e Ceres agora entende que deve ficar mesmo de boca calada. Não esperar por nada e nem por ninguém. Resolver seus problemas pessoais e sociais sozinha. Ou talvez nem mesmo resolve-los, afinal talvez eles não sejam problemas, mas talvez apenas copos de água pela metade que não merecem ficar vazios.
Enfim agora Ceres acredita que deve ser mais quieta mesmo, já foi alertada por sua professora de português anos atrás – Fica mais quieta minha querida, você fala de mais – e isso ainda no ensino médio.
Talvez Heráclito tenha razão. Talvez Ceres deva ouvir mais e falar menos, talvez por isso tenhamos dois ouvidos e apenas uma boca.
Ceres esta agora fazendo planos para o próximo período, se é que ele vá existir. Ceres talvez deva ser menos “inautentica”para não ficar má vista pelos autênticos.

Marcinha Luna
Outono, vésperas de inverno 2009.

sábado, 13 de junho de 2009

Uma Carta Furiosa...

Encontrei mais uma carta escrita por Ceres. Esta estava ainda sob o travesseiro, ela ainda não tinha colocado-a na caixa.
A carta estava escrita em vermelho, sua letra parecia mais garranchuda do que nunca. Os dizeres eram muito raivosos, parecia que Ceres tinha escrito com muita raiva. Pelo menos era a energia que a carta passava. A carta estava destina a Levinda. Estava assim escrita:

Querida Levinda...

Não somos todos iguais, e agradeço a Zeus por isso. Nunca gostaria de ser um ser assim como você. Você é tão bonita, mas consegue ser horrivelmente feia com suas atitudes. Que coisa feia! Talvez por isso é tão sozinha!
Estou seriamente desconfiada de você. Não tem outra pessoa que possa ter feito isso. Saibas que os Deuses todos sabem que foi você, e por eu ser “inautêntico” não posso te acusar ou partir para cima de você com tudo.
Tenho certeza absoluta do seu feito. Reconheci aquela letra escrita perfeitamente e horizontalmente correta, pensas que consegue se esconder ,reconheço energias minha cara! Que ridícula tu és!
Espero que receba em pensamento esta pequenina carta. Aliás, estou te enviando ela desde o momento de minha descoberta. Gostaria muito de não encontrá-la pelos corredores, não quero ser contaminada por sua leviandade. Penso que você é uma criança má, ardida e sem sal.
Você é tão ruim que me faz sair de meu eixo. Por ti sou interpelada, você é uma coisa, e coisas não possuem nada, você possui apenas ambiente e o pior é que ainda dou “ibope” para que você possa existir! Você só existe por que estou falando de ti, caso contrário , ninguém nem saberia de você. Me parece que a tola aqui sou eu.
Quando novamente for dedicar seus versos “sujos” a alguém, dedique a você mesmo.
Pensando bem acabei de ser arrebatada por um pensamento: aqueles versos são a sua cara!

Um beijo carinhoso para você, aliás, acho que é isso que falta para você. Uma braço especial para você, acho que talvez você nem saiba o que é isso, abraço, mesmo assim abraços para você!

Ceres, madrugada de Terça-feira, outono.

Pois é, as cartas carinhosas mudaram o rumo e esta creio eu que foi um desabafo. Senti que Ceres estava um furação de raiva.

Marcinha Luna
Outono de 2009

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Significativa descoberta...

Hoje Ceres se levantou preguiçosamente na manhã gélida. Lá fora a garoa e a névoa encobriam a serra próxima a sua casa. Olhou pela janela, admirou o tempo, mesmo ruim, Ceres sempre encontra algo de bom quando olha o tempo.

Tirou a camisola e colocou roupas quentes. Abriu uma parte do guarda-roupas do qual ela quase não mexe. Olhei com olhar bisbilhoteiro para saber o que tinha lá dentro. Claro não deu tempo de eu ver o que tinha lá. Mas tirou alguma coisa e escondeu. Em seu Ritual de todos os dias pela manhã, Ceres tomou seu café preto com uma pitada de canela e um pedaço de chocolate meio-amargo, seu preferido. Depois meio pãozinho com margarina e um pedaço de queijo, e repetiu a xícara de café, desta vez sem canela e sem o pedaço de chocolate.
Foi até o seu quartinho de livros e da estante retirou uma caixa que estava coberta de livros “horizontalizados”. Pelo tamanho me parecia ser o que tinha tirado de dentro do guarda-roupa. Era uma caixa de madeira que me parecia um tanto velha. Porém Ceres acariciava a caixa com muito carinho. Eu estava querendo que Ceres abrisse logo para eu ver o que tinha lá dentro.
Quando Ceres levantou a tampa da caixa, uma espécie de luz rosa saiu de seu olhar, essa luz se encontrou com outra do mesmo tom que vinha em direção contraria. Um perfume adocicado tomou conta do ambiente. Uma energia inefável também. Eu me sentia completamente inebriado com a energia que acabara de sentir.
Dentro da caixa haviam muitos papéis, dobrados e coloridos, escritos pela própria Ceres. A letra de Ceres é inesquecível, completamente “garranchuda”. Todos os papéis estavam escritos, haviam desenhos dos quais ainda não tinha conseguido identificar. Ao ver pareciam cartas. Estava ansioso para pegar algum. Todos eles estavam escritos com canetas de cores diferentes. Foi quando o telefone tocou.
Ceres levou um susto, a tampa da caixa se fechou, como que por mágica, sozinha. Ceres foi em direção ao telefone, e atendeu. E para minha surpresa ela não se deu conta que com o bate que a tampa fez e um dos papéis simplesmente voou da caixa antes que a tampa se fechasse por completo. Peguei o papel e comecei a ler, e me parecia uma carta, ou melhor, dizendo, este que peguei mais parecia um bilhete. Deduzi então que ela escrevia cartas, mas nunca as enviava. Um dia descobrirei o porquê. No bilhete, escrito com letras “garranchudas” e com caneta rosa, apareciam “coisas” seguintes:

Meu caro quero que tenhas o melhor dia de sua vida.

Hoje acordei pela manhã e me senti sozinha. Não queria que a noite tivesse se passado, assim continuaria ao meu lado mesmo que em sonho. Você traz um colorido muito especial em minha vida. As flores parecem muito mais alegres quando vejo seu rosto. As borboletas parecem alegrar-se ainda mais quando nos vê juntos. O Sol fica triste quando a Lua se vai, mas quando tem eclipse o céu fica rosado assim como fica minhas bochechas quando recebo um elogio seu. Quero que saibas que meu amor por você é muito grande, um tanto inefável e além de tudo incomensurável.
Agora não quero, mas eu preciso me despedir, em breve nos veremos novamente e novas cores em meu mundo com certeza chegarão. Um beijo carinhoso em seu rosto. Amo-te!

Ceres, em uma manhã doce de primavera.

E Ceres desligou o telefone e eu joguei mais que depressa o bilhete no chão, ela não percebeu a minha descoberta. Descoberta essa muito significativa. Ansioso estou para a leitura de mais um desses papeizinhos com escritos “garranchudos” e coloridos.

Marcinha Luna
Outono de 2009

quarta-feira, 10 de junho de 2009

O início de minha História com Ceres

Terceira Parte

Mostrando-me as árvores, ela comentou que em seu mundo o silencio era algo primordial e achou muito estranho que no mundo azul houvesse tanto barulho. Para ela azul era sinônimo de calma. Mas não era o que ela estava sentindo. Continuei vagando e ela me seguindo, me sentindo.

Ao chegarmos a um parque, um lugar que eu gostava muito de ficar, ela apreciou a beleza da natureza. Era uma energia pura que saia de seu olhar quando mirava todas as coisas. Olhava com muita atenção as arvores, parecia sentir no ar um perfume especial que só ela sentia, talvez fosse, ou existia mesmo um perfume no ar.

O sol aquecia as folhas verdes e as flores das mais diversas plantas. O orvalho escorria, e ela achou que talvez as plantas estivessem tristes e chorando, mesmo sendo tão belas e coloridas. Comentei com ela o pouco que eu sabia - eu não gosto de saber muito das coisas - mas tinha consciência de que podia ser mesmo uma lagrima de tristeza. Eu disse á Ceres, que os seres que possuímos aqui não têm sentimento, ou que talvez até tenham, mas não demonstram possuí-lo. Todos vivem em mundo belo e azul, mas não têm a mínima noção do quanto ele vale. Talvez eu estivesse falando de mim mesmo.
Alias ninguém dá valor a ninguém e muitos sofrem neste meio. Nesse momento eu imaginei: "Que pobre menina, que raios veio fazer aqui?!"

Mas no mesmo momento também me lembrei que ela me via em minha essência, e ela simplesmente me respondeu tão rápido - como eu tinha imaginado - que ela tinha vindo aqui atraída pela luz azul: “A luz azul me atraiu até aqui".

Não posso mais pensar como pensava antes, tem alguém que agora pode me ouvir, de certa forma. Estou sentindo que isso é bom, poder me comunicar e expressar também meus sentires é uma nova experiência para mim. Ela me disse que para ela era novo também. Fiquei quieto por um instante. Ela se sentou no gramado verdinho do parque. Nossa, que sensação de esperança me deu! Parecia que eu tinha encontrado alguém para mim, e ela disse que eu tinha mesmo.

Ceres, que nome lindo. Reticências

Marcinha Luna
outono de 2009