domingo, 3 de junho de 2012

Café, versos, alegria, confissão...

Ceres tem acordado radiante. O motivo é muito simples: a realização de seu sonho. Ceres é um ser muito cético. Complicada é a missão de lhe fazer entender e compreender que as coisas existem e acontecem. O que me admira nesse ser é que mesmo desconfiando de tudo e de todos, ela parece esconder uma espécie de fé. E ontem,  quando a Lua se apresentou, Ceres saiu para a sacada e pude ver em meio as suas cousas um escrito que assim dizia:

Linda Lua e Linda Noite.
A vocês confesso meu contentamento
Um acalento a minha agonia.

É com imensa alegria que
Imortalizo algumas poesias.
É como um nascimento.
E como um alivio a um tormento.

Com o coração calmo
Acaricio o vento,
Sou um ser, agora
Puro alento...

Escrito em caneta marrom, dançava pelo ar incenso de pêssego e um estranho aroma de café. Ah essa Ceres...Parabéns menina e acredite mais em tudo!

Márcia Alcântara
Outono de 2012.

ANTOLOGIA CAFÉ COM VERSO
O Lançamento da obra, confraternização dos autores e autógrafos se dará no estande da Editora Delicatta na Bienal Internacional do Livro de São Paulo
no dia 11/08 as 13 horas
Organização Penélope Lsteak



sábado, 28 de abril de 2012

Ceres e o sertão... Talvez parte I

Ceres viajou para uma segunda temporada no sertão, Belo jardim e poucas flores, a beira da BR 232, 2509 kilometros longe da realidade por ela vivida... Cidade da arte e da musica e músicos... Cidade das Marocas. Já ido uma outra vez pensou que tudo seria uma copia, idêntica, de tudo o que já tivera visto. Enganou-se mais uma vez.

Desta vez foi completamente diferente da primeira. Apesar de o céu ser impressionante, mais impressionada ficou, pois desta vez havia pego a semana da Lua cheia, e como diz a musica “não há luar como o do sertão”.
Dentre muitas imagens que observei que Ceres tirou, em meio a tudo o que trouxe, encontrei uma espécie de diário, escrito por ela. Em papeis marrons e caneta cinza, com cheiro de mato queimado, encontrei este escrito:
Definitivamente, tudo encontra-se diferente. O calor não é  o mesmo de antes. As nuvens posso ver, e a sombra que trazem,  posso admirar. Ando de carro com ar condicionado ligado, mas preciso abrir os vidros para ver a paisagem, as pessoas, o nordeste...
É tudo tão diferente. O cheio do ar, a cor do ar, vejo nitidamente tudo mudar... por hora tudo seco, kilometros adiante um pouco de verde... carcaças de animais me impressionam. Disputa por uma poça barrenta me deixa triste...
Com estranheza, vejo uma nuvem negra, que em segundos dá lugar ao céu de azul profundo. É um outro mundo. Nunca acreditei no que me contavam, mas agora vivo o antes apenas imaginado.
É uma vida tranquila, muito embora, por vezes um pouco desconfortável. Que parece para os outros passar, com um pedaço de doce com um copo de água gelada, as vezes um pedaço de queijo coalho acompanha...
Eu ainda tenho muito a escrever... mas as imagens filmadas por minha retina, ficaram marcadas no coração, na alma, que muitas vezes se mostrou calma e tranquila e por outras, foi pura melancolia.
Ceres primeiro luar no sertão inverno 2012 

Esse foi o primeiro escrito... logo mais espero conseguir ler os demais.

Márcia Alcântara
Inverno de 2012

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Vontade, criatividade, torta de banana da vovó...

Hoje quando acordei pela manhã, ventava muito, o clima era ameno, mas o sol já despontava no horizonte aquecendo com seus raios a janela do quarto. Não avistei Ceres nem o pequeno Tales.

Escutei, no quarto do fundo um resmungo, vindo é claro, de Tales. Este estava nervoso, pois Ceres, sua mãe, resolvera mexer onde a muito não mexia e o pequeno queria mexer lá também.

Este lugar que Ceres a muito não mexia, era um baú, nele continha seus itens mágicos, tais como varinha, pedras, oráculos, essências, livros...e Ceres resolvera tirar uma carta de seu taro. Em meio a confusão do pequeno Tales e o stress em que Ceres estava, a carta do Mago foi despertada. E imediatamente Ceres teve uma grande idéia, pegou um papel amarelo e com canetinha marrom resolveu escrever.

Para minha surpresa, o escrito era uma receita, isso mesmo uma receita, que quando colocada em pratica, momentos depois por Ceres, me impressionou o cheiro que a Torta de Banana da Vovó exalou pela casa. Segue a baixo as palavras, ou melhor, a receita, que Ceres escreveu e deu a ela o titulo que já disse acima:

Torta de Banana da Vovó
Ingredientes: 3 xícaras de farinha de trigo, 2 xícaras de açúcar, 1 colher de sopa de fermento, 2 ovos batidos, 5 colheres de sopa de margarina, 1 xícara de leite, 10 bananas nanicas cotadas em formato de ½ Lua, cravo e canela em pó ao gosto.

Preparo: misture a farinha e o açúcar, depois acrescente o fermento, a canela e o cravo em pó e mexa carinhosamente mais um tiquinho. Esta será a farofa.
Derreta a margarina e misture com os ovos e o leite. Bata com o batedor até formar um liquido amarelado e bonito. Este será a calda.
Em uma forma untada intercale farofa, banana, farofa, banana, farofa, banana, em seguida, coloque carinhosamente na forma a calda. Salpique por cima um pouco de açúcar e um pouco de canele. Leve ao forno já aquecido. Quando sentir que é hora de retirar, realize o sentimento. O cheiro da torta é doce...Quente é uma delicia!

Ceres...

Ao terminar de escrever, foi com Tales para a cozinha. Imaginem o resultado de tudo isso.

Márcia Alcântara
Manhã clara e seca de inverno 2011.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Biscoitinhos magicos...

Encontrei este escrito em meio as coisas de Ceres e Tales:

As fadas brincavam de adivinhação pela floresta quando se deram conta de que o por do sol já enchia a copa das arvores de pura magia e precisavam voltar rápido para o reino.

Bailando entre um galho e outro, as fadas pegavam de volta o seu caminho de cristais... foi quando começou a cair do céu pequenas gotinhas de água, dando a elas uma sensação muito prazerosa, uma garoa mágica...

Ao olhar mais atentas ao caminho, viram um belo arco-íris desenhado no verde da floresta e no céu azul-alaranjado. Olharam-se e resolveram então apostar uma corrida e a que chegasse primeiro a ponta do arco-íris seria recompensada com que lá encontrasse (sempre há encantos no final do arco-íris). Para surpresa das fadinhas houve um empate e todas chegaram juntas.

No final do arco-íris encontraram um pote com um enorme laço verde... Abriram devagar e uma fragrância adocicada se espalhou pelo ar, fazendo do por do Sol algo ainda mais maravilhoso. Dentro do pote havia um papelzinho branco além de biscoitinhos verdes em formato de trevo e em cima de cada um deles estrelinhas de cinco pontas... na receita, escrita no papelzinho, dizia:

Biscoitinhos de São Patrício são responsáveis por muita alegria e sorte, aquele que se delicia com estes biscoitinhos seja em qualquer época, será sempre abençoado e repleto de magia em sua aura, a receita mágica deve ser feita com muito carinho e paixão.

Ingredientes: 400 gramas de farinha de trigo branca como as nuvens, 250 gramas de açúcar doce como o amor, 250 gamas de gordura vegetal picadas com carinho, 2 gotas de corante verde da cor da copa das arvores, estelinhas como a do céu para decorar. Misture com doçura todos e ingredientes até ficar uma massa fofa e macia. Asse em forno quente como seu coração...

Assim as fadinhas pegaram o pote e correram alegremente para dividir entre todas as fadas do reino...
Escrevi junto com Tales nossos devaneios de magia...
Márcia Alcântara
Quase por do sol do inverno de 2011

sábado, 4 de junho de 2011

Manhã de Saturno - Bolo Cremoso de Fubá

Hoje o dia amanheceu meio sol e meio frio, ventava as vezes e o sol se escondia com freqüência...a temperatura no sol era quente e na sombra, fria. Na noite anterior a Lua sorriu cedo e logo desapareceu, comprometendo-se a voltar hoje.

Talvez toda essa duplicidade inspirou Ceres no escrito que encontrei hoje, escrito á maquina de escrever, com tinta meio preta e meio vermelha, num papel verde cheirando a cereja...

Hoje acordei e vi o amanhecer, na sacada eu e Tales víamos o vento girar o cata-vento de borboletas verde s que Tales ganhou de sua avó materna, e então Tales me fez uma pergunta, um tanto curiosa: ¬- mamãe os homens do tempo erram? Por que olha mamãe, ta Sol e na TV o homem disse que ia chover e fazer frio? Mamãe eles mentiram? Na verdade fiquei pensando em como a moeda tem dois lados: mentira ou erro?


Conversei com Tales explicando a ele que assim como a vida, a natureza é complicada de se entender e também, muito complicado adivinhar sobre ela, os homens apenas tentam afirmar seus saberes a respeito das coisas, não sei se eles mentiram ou erraram. E então ele respondeu: - tá bom, mamãe, eu pensei que você soubesse de tudo. E eu respondi a ele: que tal fazermos um bolo bem delicioso para nosso café da manhã?


Com muita alegria fomos para a cozinha e fomos fazer um bolo cremoso de fubá, que assim como a vida, exibe em sua forma, duas texturas diferentes.


Bolo cremoso de fubá


Ingredientes


½ xícara de farinha de trigo, 1 ½ xícara de fubá, 3 xícaras de açúcar, 4 xicaras de leite, 1 colher de sopa de fermento, 2 colheres de manteiga, 3 ovos inteiros, ½ colher de canela em pó, ½ colher de cravo em pó, 1 pires de queijo ralado, 1 pires de coco ralado.

 
Preparo


Despeje carinhosamente todos os ingredientes no liquidificar e bata. A Textura da massa é bem liquida. Coloque em forma redonda ou quadrada, conforme seu gosto. Coloque para assar em forno bem quentinho por mais ou menos 70 minutos.


Ceres e Tales.

E assim os dois discutiram sobre diversas coisas da vida e suas duas moedas, e eu, apenas li e sentia o forte cheiro de bolo.

Márcia Alcantara
Manhã de saturno do outono de 2011


quarta-feira, 2 de março de 2011

Escrito esquisito

Esquisito! Assim foi a configuração que dei a este escrito que encontrei. As letras estavam tortas, escritas em roxo, num papel de pão amassado que parecia ter sido molhado e depois passado, a ferro quente quem sabe... me parece que depois foi enrolado e jogado num chão de terra molhada, como se fosse uma semente adubada... mas papéis não nascem.

Então é assim?

O fogo queima
A água molha
E a vida?
Enrola.

O tempo passa
O ar assopra
A terra consome
Tem-se a sobra.

De tudo se fala.
E nada se entende
A linguagem é simplesmente
Algo pendente!

É Desnecessária.
Supérflua.
Fulminante.
Avassaladora.


Melhor sentir.
Melhor amar
Prefere-se mentir
E odiar.

A vida é assim.
Assopra de lá.
Queima daqui.
Molha acolá!


Ahahah...sei lá!
Ceres...


Vai entender o que se passa.

Márcia Alcântara
Frio de verão 2011.

Obs: eu queria contar.
Obss: sabia que era desnecessário.
Obss: mas mesmo assim senti que precisava relatar, a vida é assim.
Obsss: o que escrevi, eu vi, melhor dizer, eu li.