terça-feira, 15 de setembro de 2009

Ceres em: Nada de nada

Ceres hoje se levantou cedo. O céu lá fora esta acinzentado, o vento frio assobiava ao passar pelos ouvidos de Ceres.

Ceres sentia o corpo dolorido, uma angústia no peito, talvez reflexos de noites mal dormidas, de nada ter mastigado á dias. Ceres gostaria que o mundo se acabasse em barranco para que morresse encostada. Aliás, morrer é um assunto que anda me preocupando em Ceres, mas isso é uma outra história.

Ceres anda tendo medos. Eles até tinham passado, mas parece que voltaram, reencarnaram em novas preocupações. Como sempre digo: “Ceres e a tempestade em copo de água”. Penso que Ceres se tortura por antecipar cada curva, cada farol fechado, cada motor a sua frente. Ceres olha muito para trás, se esquece de olhar para frente.

Penso que Ceres não tem que reclamar de nada, e não é só eu que penso, pessoas ao redor dela também. Todos admiram Ceres por suas feituras e pensamentos, mas Ceres não. Ela esta sempre descontente, gostaria muito de poder ajuda-la, mas penso que ando atrapalhando. Talvez ela tenha se acostumado a viver na angústia, na solidão de pensamentos. Não escreve mais cartas, não sente mais o cheiro e nem a cor do ar. Não ouve o canto dos passarinhos, não cultiva mais com tanto carinho seu jardim. Não estuda, não quer sair de casa, não quer se arrumar, quer apenas dormir e dormir.

Enfim, espero que como as fases da Lua mudam, as fases da doce Ceres também passem, pois a sua tristeza também é a minha, sua falta de vontade também é minha, seu corpo também é meu!

Ceres, Ceres...

Marcinha Luna
Inverno de 2009

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