sábado, 17 de outubro de 2009

Ceres em: Quando muito se fala...

Pois é. Como eu já disse acima, assim foi o escrito de Ceres por mim encontrado. Ao que tudo indica se trata de um escrito recente, não inventivo, real. O escrito cheirava amargo, e tinha um leve toque de lilás, assim como o ar que Ceres respira:

Quando muito se fala... castigados somos. Esse é um dos castigos que mais pago. Talvez mal pagos por isso uma nova punição logo a seguir. Punida sim, e por muito falar.

Confio muito em todos que estão a minha volta. Como sou Boba! Declaro poemas ao mar, conto meus segredos a Lua. Para a Terra planto sementes de amor, deles não recebo respostas, mas sinto que estão torcendo por mim.

Quanto ao ar não posso dizer o mesmo. Quando solto no ar o verbo, sinto como se ele me virasse as costas. Esse ar é aqueles que a minha volta estão. Falsos Lilases. Sem sentires. Com respiração pouca. A minha do contrário, lilás com toques de rosa, respiração rápida. Sinto Confiança. Pobre de mim!

Tentarei a partir de agora não ser mais castigada. Ficarei admirando de dentro de minha bola de vidro lilás rosada os fazeres do outro. Responderei quando perguntarem a mim, mas não direi nada, nada a mais do que a resposta que o outro pretende ouvir.

Cansei de não fazer o que dizem que faço e agora, prometo que farei. Enjoados de mim ficarão. Nada mais me perguntarão e assim não precisarei dizer a eles nada além do nada, nem mesmo minhas lamentações.

Ceres, primavera em que só chove do tempo considerado comum (não sei comum á quem) de 2009.

Sem nada mais a declarar, parece que Ceres encerou este escrito, e quem sabe a série de castigos.

Marcinha Luna
Primavera de 2009

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