terça-feira, 6 de outubro de 2009

Humanos são Humanos: por Ceres

Era noite de Lua Cheia em touro quando encontrei, em meio aos lençóis perfumados e desarrumados, mais uma carta escrita por Ceres, parecia ser uma carta resposta. Desta vez esta tinha o destinatário, era Bruma, eu não conheço tal ser.

A carta tinha uma energia maravilhosa, parecia ter sido escrita com um carinho inefável, num papel dourado, a escrita era um pouco rebuscada e a tinta azul brilhante. Hoje acostumado aos modos de aqui, eu diria que a música de fundo seria Sutilmente, de tal grupo musical chamado “Skank”. O cheiro presente no ar era de jabuticaba, e sua cor era lilás.

Amada Bruma

Queria muito entender o amor dos Humanos. Estou perdida aqui por que por um deles me apaixonei. Não consigo mais saber cadê uma de minhas partes, o coração.

Fiquei muito feliz por que encontrei aqui, neste lugar, alguém como eu, você! Talvez juntas, possamos entender o que são estes Humanos que são desumanos e pouco amorosos mesmo tento muito amor para compartilhar.

Eu até considero que recebo um pouco deste amor Humano, mas como eu queria desfrutar dele não posso, estou impedida, me sinto castrada. Eu não queria abandonar nada do que aqui consegui, mas queria poder me aproximar um pouco mais de alguém, mas tal “ética moral” domina os que aqui vivem e se dizem livre.

Ah! Bruma! Amada quase Eu! O que vamos fazer para nos soltar? Será que vamos poder soltar quem amamos? E por Zeus, será que conseguiremos nos libertar? Quero voltar, não quero ficar aqui. O problema é que o amor que sinto por estes Humanos desumanos é muito grande e aqui me prende. E por mais que eu não queira, este amor esta me fazendo mau, e então sucumbo! E aqui eu continuo a “viver”, querendo o que não posso ter, alimentando amores impossíveis, desejando o bem e não sendo desejada...

Ah! Bruma, minha confidente, quase Eu! Eu ficaria escrevendo para ti por séculos, mas até mesmo papel, neste mundo, esta se esgotando, assim como parece acontecer com o amor. Nossa telepatia não funciona mais, muitas interferências estão presentes entre o Eu e Você. Mas vamos tentando levar até onde der. Espero que não seja por muito tempo, posso não resistir a duas coisas: me entregarei a estes Humanos desumanos, esquecerei que aqui onde eles vivem existe uma “ética moral”, e serei, assim como se faziam antes, queimada viva em alguma fogueira; ou então continuarei aqui, refletindo o que os Humanos querem, sendo parte pequena um padrão da vida que eles criaram, fazendo valer a “ética moral” deles, e então aos poucos esquecerei minha essência, e irá aos poucos e delicadamente aos olhos Humanos, desaparecendo, enquanto que para mim, isso será meu fim eterno.

Termino deixando para você um beijo demarcado energeticamente, sinta-o quando terminar de ler!
Cuidado todo e sempre ao sair!

Ceres

E assim termina a carta...sem mais o que dizer, me vou.

Marcinha Luna
Primavera de 2009

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