quinta-feira, 16 de abril de 2009

Ceres, a Lua, o Mar...

Ceres hoje acordou se lembrando da miragem que teve na noite passada. Era dia de Mercúrio (quarta) o dia consagrado da comunicação. E foi nessa comunicação que Ceres simplesmente viajou com seus pensares.

Em sua viagem se deparou com três seres. Ceres não era um destes seres. Ela apenas os via, enquanto eles não a via. Os três seres encontravam-se na praia, o mar sussurrava baixinho enquanto a lua dava um espectáculo de beleza no céu que estava completamente estrelado. Ah! Quanta beleza. Ceres deliciava-se com a cena.

Os seres se levantaram e quando na beira do mar chegaram, um a um foi entrando no mar. Ceres acreditava naquele momento ser uma espécie de alma, de ser invisível que podia habitar outros seres. Não pensou duas vezes. Deslizou pelo ar como uma energia cor-de-rosa e adentrou no primeiro ser. Nossa! Ceres foi expulsa do corpo do ser como um nada. Mas na verdade ela não foi expulsa, ela mesma se jogou. Que ser mais duro, que ser mais fechado e comum – parece que possui uma armadura! Ceres detesta seres comuns!

Deslizou novamente pelo ar e adentrou no segundo ser. Atchatchatch! Que ser belo. Ceres sentiu naquele momento a emoção que adentrou naquele ser. Ceres por um instante viu as cores de um arco-íris brilhar no coração dele. Quando a água bateu na cintura do ser ele teve... Ah! Sei lá o que ele teve, sei que ele olhou a Lua e simplesmente apaixonado ficou. O coração daquele ser batia completamente descompassado. Mas Ceres precisava sair daquele corpo antes que ele percebesse. Ceres ficou muito feliz ao poder perfurar aquele ser e sentir os sentires do outro que não eram os seus sentires,mas ao mesmo tempo muito parecido consigo.

Deslizou levemente pelo ar. Adentrou no outro ser. Por Zeus! O ser não adentrou no mar! Encontrava-se molhado, sereno. O mar é que tinha adentrado no ser. Que sensação inefável Ceres pode sentir. A energia da Lua atravessa aquele ser. Não foi o ser que olhou a Lua, mas a Lua estava paquerando aquele ser tão especial. Que sensação!

Ceres saiu. Rosa o tanto quanto antes. Agora talvez mais leve ainda. Não que ela tenha sido “vampira” e roubado a energia do terceiro ser, não é isso não. O fato é que Ceres, que adora sentires, sentiu algo um tanto quanto diferente, inexplicável, inefável, incomensurável. Pena que é hora de voltar para a realidade querida Ceres! Mas conhecendo bem Ceres, sei que ela não será mais a mesma de antes!

Ceres, Ceres...

Marcinha Luna
Outono de 2009

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